quarta-feira, 12 de junho de 2013

A CULTURA DO DESPERDÍCIO NO BRASIL

O Brasil possui 25 % da reserva mundial de água doce e o preço que pagamos pela água é o dobro do que paga um americano. Quase que a totalidade de energia elétrica consumida no Brasil (95 %) é de origem hidroelétrica ,considerada em todo o mundo  como a forma mais barata de se produzir energia, e pagamos 60 % a mais na conta do que paga um americano onde a energia é produzida por termoeléctricas e usinas nucleares.
Somos  autossuficientes em petróleo e além disso adicionamos  à gasolina 21 % de álcool anidro .No entanto o preço da gasolina no Brasil é o dobro do preço nos Estados Unidos onde se comercializa gasolina pura e sem mistura. Um carro que no Brasil custa R$ 40 mil ,nos Estados Unidos pode ser comprado pelo equivalente à R$ 20 mil.
Os exemplos são muitos .Poderíamos listar uma infinidade .Porém você pode estar pensando ,que também existem produtos que aqui custam menos que lá. Com certeza existem e isto ocorre em função da principal lei que rege os mercados –oferta e procura . Quase sempre aquilo que aqui custa menos é porque aqui existe infinitamente mais que lá. Assim mesmo, as coisas que aqui custam menos poderiam custar menos ainda .Poderíamos tirar muito mais vantagens comerciais se soubéssemos explorar de forma inteligente e racional os nossos recursos naturais, no entanto os desperdiçamos explorando-os de uma forma cara e ineficiente que acaba por inviabilizar nossas exportações.
Nosso clima tropical aliado a vantagem de termos sido descobertos apenas há pouco mais de quinhentos anos, reservam  ao nosso país a qualidade de um dos mais belos do mundo. No entanto nosso potencial turístico é muito pouco explorado e a quantidade de turistas que nos visitam é quase insignificante diante do potencial que existe. Tudo isto porque o custo de se dar segurança e conforto a quem ou nos visita é muito elevado acabando por inviabilizar este outro grande potencial de entrada de divisas internacionais .
A verdade é que no Brasil se acostumou a valorizar os feitos pela quantidade de dinheiro que se gastou para realizá-lo . Não interessa se o feito é maior ou menor em termos de funcionalidade ou utilidade ,mas sim em termos de quanto custa.As obras para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, são um bom exemplo disso.
  Assim nossos governantes gostam de divulgar suas obras dizendo que investiram valores monstruosos em saúde ,educação , segurança  ou saneamento ,ao invés de mostrarem melhoria nos indicadores e que fizeram isto com baixo custo. A moda nacional é a aparência . A todo momento tentam nos convencer de que não é preciso ser ,basta aparentar ser . E afinal ,gastando muito a gente aparenta ser rico. Nos meios empresariais ,generaliza-se a impressão de que as empresas precisam de maior quantidade de tudo que o dinheiro puder comprar. Desta forma é comum se ver empresários que ficam presos ao governo para decidirem seus caminhos. Brigam por empréstimos ,financiamentos e incentivos fiscais em vez de buscarem alternativas próprias de melhoria na eficácia  administrativa e na melhoria dos seus métodos e processos  para reduzirem custos e preços e conseguirem vantagens competitivas que aumentem as suas vendas. No Brasil 20 % da população economicamente ativa não trabalha enquanto nos Estados Unidos esta porcentagem não passa de 4%. O operário brasileiro produz ,em média , 98 mil dólares por ano enquanto um americano produz 250 mil .
A empresa moderna não é aquela que tenta adivinhar o futuro e sim aquela que decide fazer o futuro .Devemos procurar resolver nossos problemas com menos :menos tempo de preparação ,menos estoques, menos inspeções ,menos controles, menos papelório e computação, menos equipamentos refinados , menos especialização e menos impostos.
Este Blog pretende ser um instrumento que incentive as pessoas deste país a saírem do comodismo em que vivem e partam para uma luta verdadeira em busca do Aumento da Produtividade da nossa Sociedade . E isto se obterá fazendo mais com menos.


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