terça-feira, 24 de setembro de 2013

REDUZINDO O CONSUMO DAS MATÉRIAS PRIMAS

O QUE É MATÉRIA PRIMA

O processo de fabricação consiste na transformação de um material  de menor nível de utilidade ,num produto de maior utilidade.Ao material no seu estado natural ,antes da transformação chamamos de matéria prima.Incluimos neste grupo todos os componentes que efetivamente se  incorporam ao produto..
Na tabela a seguir, podem ser vistos alguns exemplos de produtos com as respectivas matérias primas. Ao longo da cadeia produtiva, os produtos de uma empresa se transformam em matéria prima de outras.




















MELHORANDO O RENDIMENTO DAS MATÉRIAS PRIMAS

O QUE É RENDIMENTO

Todo processo produtivo possui perdas ao longo das operações. Estas perdas acabam por adicionar custos ao produto final . Estabeleceremos portanto um índice de medida do nível de perdas de matéria prima ao qual chamaremos de rendimento.

Portanto, denominaremos de rendimento ao índice percentual de medida da capacidade do processo produtivo de não desperdiçar  o material empregado.
                                 
                                         quantidade de material no produto final x 100
RENDIMENTO (%) =   -----------------------------------------------------------------
                                              quantidade total de material empregado
 

EXEMPLO 1 : Numa padaria emprega-se 25 kg de farinha de trigo ,100 g           de fermento e 250 g de reforçador para a obtenção de 550 pães que pesam 50 gramas cada.

                               500 x 0,05 x100                      25
RENDIMENTO =      ---------------------------------     =     ----------     = 98,62 %
                                          (25 + 0,1+0,25)                     25,35

EXEMPLO 2: Numa Fundição de aço emprega-se 700 kg de sucata e 300 kg de ferros ligas para produzir 500 kg de aço.

                                       500 x 100                    50.000
RENDIMENTO =      ----------------------    =      ---------------      = 50,00 %
                                      700 +  300                      1.000

COMO MEDIR O RENDIMENTO

Para se medir o rendimento de um processo será necessário levantar quanto se produz com uma determinada quantidade de material. Para isto basta que se mantenha um controle regular e correto das quantidades de materia prima utilizadas e da quantidade de produtos fabricados.
A unidade de medida empregada deverá ser a que mais facilite as conversões. Nos exemplos citados no item 4.2.1 ,utilizou-se a unidade de peso (kg) ,porém pode-se utilizar unidades de comprimento, volume ou simplesmente um numero de produtos.

COMO MELHORAR O RENDIMENTO

Melhorar o rendimento da matéria prima consiste em obter mais produto com uma determinada quantidade de material, ou dito de outra forma consumir menos material  para produzir uma determinada quantidade de produto.
O aumento do rendimento da matéria prima se dará portanto com a redução das perdas ao longo do processo produtivo.
As principais perdas que ocorrem são:
a)    Perdas durante o transporte ou manuseio : ocorre pela danificação ou dispersão dos materiais ao serem removidos de um ponto para outro. Exemplos disto são:
-          resíduos de materiais de construção civil que ficam sobre a corroceria dos caminhões que os transportaram
-          materiais cerâmicos que se quebram durante o transporte
-          metais que são riscados
-          embalagens que se rompem
b)   Perdas durante a estocagem : decorrentes de estocagem inadequada em função da forma de disposição ; das condições ambientais ou do tempo de permanência. Como exemplos podemos citar:
-          produtos esmagados por excesso de peso sobre eles
-          produtos frigoríficos que se deterioram porque as temperaturas estão inadequadas
-          produtos com data de validade vencida num supermercado
-          produtos contaminados em razão da proximidade com outros
c)    Perdas inerentes ao processo : são as perdas resultantes do processo empregado . Como exemplos de perdas inerentes ao processo podemos citar:
-          perdas de pontas de barras de aço num processo de usinagem mecânica de peças
-          perdas pela evaporação de gases num processo químico
-          perdas de retalhos de chapas num processo de estampagem mecânica
-          perdas de retalhos de tecidos num processo de confecção de roupas
-          perda de cal para a atmosfera num processo de embalagem (ensacamento)
d)   Perdas por refugo : são os produtos produzidos e perdidos  porque os padrões de qualidade obtidos não atendem  às condições mínimas exigidas pelas normas que regem o processo. São exemplos deste tipo de perda:
-          peças usinadas com dimensões fora dos limites de tolerância especificados
-          produtos minerais com granulometria fora dos limites especificados
-          aço com propriedades mecânicas diferente das especificadas por norma
-          soldas executadas fora dos padrões exigidos
-          roupas confeccionadas com erros que prejudicam o aspecto estético
e)    Perdas por extravio : decorrentes do sumiço de materiais durante a estocagem, o transporte ,processamento ou expedição . Exemplos comuns deste tipo de perda são :
-          o nível de estoque do sistema informatizado não corresponde ao estoque real
-          a quantidade carregada na origem do transporte não corresponde a quantidade descarregada no destino
-          o volume produzido somado ao estoque inicial não corresponde ao estoque final

Etapas para a melhoria do rendimento das matérias primas


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

COMO MONTAR O GRÁFICO ABC (DIAGRAMA DE PARETO) DOS CUSTOS

Pareto-criador dos principios

Após a definição dos grandes grupos de custo ,separados de acordo com a natureza de cada custo a tarefa seguinte será a classificação quanto a importância de cada grupo.
Para isto pode-se utilizar uma técnica estatística denominada “gráfico de pareto” ,que recebeu este nome em razão do nome do seu inventor.


Para se montar o gráfico ABC ou diagrama de Pareto segue-se os seguintes passos:


1)    RELACIONA-SE OS GRANDES GRUPOS DE CUSTOS E O SEU VALOR MÉDIO POR PERÍODO (levantamento de pelo menos 12 meses).
2)    CALCULA-SE A PARTICIPAÇÃO DE CADA GRUPO NO TOTAL EM PORCENTAGEM (%)
3)    CLASSIFICA-SE COMO GRUPO “A” AQUELES DE GRANDE PARTICIPAÇÃO
4)    CLASSIFICA-SE COMO GRUPO “B” OS DE MÉDIA PARTICIPAÇÃO
5)    CLASSIFICA-SE COMO GRUPO “C” OS DE PEQUENA PARTICIPAÇÃO
6)    DISPÕE-SE DE FORMA GRÁFICA

EXEMPLO  DE PLANILHA PARA EXECUÇÃO DO GRÁFICO ABC




CLASSIFICAÇÃO

GRUPO A – Mão de Obra Direta     -       40,5 %
                     Matéria Prima              -       22,5 %
GRUPO B -  Mão de Obra Indireta  -         8,1 %
                     Despesas Comerciais -         7,9 %
 GRUPO C-  Despesas Tributárias  -         6,8 %
                     Material de consumo   -         5,6 %
                     Despesas administrativas -    4,7 %
                     Despesas Financeiras      -    4,1 %


GRAFICAMENTE TEREMOS:
Exemplo de Gráfico ABC (Diagrama de Pareto) dos custos

ANÁLISE DOMODELO :

Portanto no modelo exemplificado os itens Mão de Obra Direta e Matéria Prima representam juntos mais de 60 % do custo e constituem o grupo “A”.; os itens Mão de Obra Indireta e Despesas Comerciais representam cerca de 20 % e constituem o grupo “B” e os demais itens representam os restantes 20 %. Assim sendo os grupos “A” e “B” constituem 80 % dos custos.

3.4) DEFININDO PRIORIDADES

Após a execução do gráfico ABC a tarefa de definir prioridades na redução dos custos torna-se muito simples. Assim sendo os grupos classificados como “A” deverão ser os primeiros a serem analisados visto que qualquer mudança impactará muito mais profundamente. O impacto dos resultados obtidos pelas medidas adotadas nos grupos B e C tendem a ser menores, porém nunca devem ser desprezadas.
No exemplo demonstrado no gráfico da fig. 6 os Gastos com Matéria Prima e Mâo de Obra Direta deverão ser os primeiros a serem analisados ,porém  cada empresa tem as suas peculiaridades e os itens A de uma empresa poderão ser o “C” em outra.
No quadro a seguir demonstramos uma distribuição mais ou menos comum em alguns segmentos empresariais:


SEGMENTO
ITENS “A”
ITENS “B”
ITENS “C”
Indústria de base
Matéria Prima
Energia
Mão de Obra
Materiais de consumo
Indústria de bens de consumo
Mão de obra

Materiais de
Consumo
Energia
Indústria de cigarros

Despesas tributárias
Despesas
Comerciais (Marketing)
Matéria Prima
Materiais de consumo
Energia
Prestação de serviços
Mão de obra
Despesas em geral
Materiais de consumo
Comércio
Despesas Comerciais
Mão de Obra



 O quadro é apenas ilustrativo visto que cada caso é uma caso ,mesmo dentro de um mesmo segmento. Portanto é importante que se estabeleça uma análise específica para cada empresa. O mais importante é que não se gaste um esforço demasiado na análise de itens insignificantes (C) ,esquecendo-se de olhar para os de impacto no custo (A).
Cabe ressaltar que a mesma técnica deve ser aplicada para sub-detalhar cada grupo . Assim numa empresa em que o grupo “A” é constituído da matéria prima é importante  descobrir quais os componentes da matéria prima são “A”,”B” ou “C” ou numa empresa em que o grupo “A” é constituído de Mão de Obra é importante descobrir quais os setores ou funções que tem maior impacto.